LANÇAMENTO DE LIVRO - Autêntica Editora

HIPERTEXTOS NA TEORIA E NA PRÁTICA
Organização: Carla Viana Coscarelli
Descrição: Os artigos que compõem este livro são resultados de pesquisas que desenvolvemos na busca de compreender melhor como é a leitura de hipertextos digitais, até que ponto ela é diferente da leitura do impresso e que interferências algumas escolhas têm no trabalho do leitor com esse texto que traz links e imagens e que tem uma navegação própria. É preciso lembrar que todo texto exige navegação, seja ele uma bula, um jornal, uma revista, um livro, entre outros, e essa navegação é sempre particular e feita em função dos propósitos do leitor.

Cada uma dessas pesquisas traz sua contribuição particular. Analisando diferentes tipos de apresentação da informação na primeira página de um site, Marcelo Cafiero Dias mostra-nos que nem sempre o que é mais fácil à primeira vista gera melhores resultados no final. O que é mais difícil num primeiro momento pode gerar resultados melhores depois de um determinado tempo, pois transforma a demanda cognitiva em aprendizagem.

Continuando os estudos que desenvolveu em sua pesquisa de mestrado, Ana Elisa Ribeiro analisa e compara a busca de informações em jornais impressos e em jornais digitais. Esse estudo permitiu que ela chegasse à conclusão de que bom leitor é bom leitor em vários ambientes, pois transfere competências de um ambiente para outro. Navegar e ler são competências que se complementam, mas que exigem habilidades diferentes. O ideal é que o sujeito seja bom navegador e bom leitor. Ana Elisa Novais observa como pessoas que não sabem usar o computador percebem e interpretam a interface do Paint Brush e do Power Point. Essa pesquisa revela-nos que o que é fácil para um usuário experiente pode ser extremamente difícil para um novato. Nem sempre as interfaces são amigáveis e fáceis de compreender.

A leitura de verbetes da Wikipédia foi o alvo da análise de Ilza Gualberto. Mais especificamente, ela verificou a interferência de diferentes tipos de links na navegação nessa enciclopédia digital. Os resultados mostram que não é fácil enganar o leitor, porque ele monitora sua leitura e toma atitudes buscando gerar os melhores resultados. Se links se mostram relevantes, ele continua clicando e visitando os textos. Caso contrário, não desperdiça tempo com links e cliques que apresentam grandes chances de não serem produtivos para seus objetivos de leitura.

As pesquisas realizadas por Maria Aparecida Araújo e Silva e por mim se complementam e buscam verificar a leitura dos mesmos textos em dois formatos de apresentação distintos: o formato contínuo e o hipertextual. No primeiro caso, os parágrafos são apresentados um após o outro num texto contínuo e, no segundo, o texto é dividido em link acessados pelo leitor que navega nesse hipertexto digital. Ambas as pesquisas mostram que esses dois formatos de apresentação de textos não provocam diferenças substanciais na compreensão deles.

Além de envolverem sempre a compreensão de textos digitais, outro ponto comum entre os resultados das pesquisas reunidas neste livro é o de que não há motivo para separarmos o espaço digital do espaço da vida real, como se o digital e o “real” fossem dois ambientes diferentes e desvinculados. Não são e não precisam ser. A máquina somos nós.

Maiores informações no site da Editora.

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